Um caso recente de uma morte súbita abortada, ou mais conhecida como “quase morte súbita”, aconteceu com o jogador de futebol da seleção da Dinamarca, Christian Eriksen, 29 anos, durante o jogo entre Finlândia e Dinamarca. O atleta caiu sozinho, já desacordado, e os companheiros do time chamaram a equipe médica para socorrer Eriksen. Graças a agilidade da equipe médica, ele foi atendido rapidamente, reanimado e levado ao hospital, e seu quadro agora é estável.
Como ocorre ou como pode ser caracterizada?
A morte súbita pode ser praticamente instantânea, uma pessoa pode estar se sentindo bem e cair no chão de forma repentina, devido a uma parada cardiorrespiratória (PCR). Na parada súbita não há qualquer sinal, ela acontece por uma pane elétrica, resultado de um descompasso dos músculos cardíacos. A morte súbita pode ocorrer em qualquer momento, dormindo, durante a atividade profissional ou em uma simples pelada de futebol no final de semana.
Com qual frequência ocorre morte súbita no Brasil?
Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), cerca de 320 mil pessoas sofrem morte súbita anualmente no país, sendo que 86% delas ocorrem no próprio lar da vítima e a maior parte do restante em locais de grande circulação de pessoas. Esses números poderão ser afetados em virtude da atual pandemia, devido a fatores como a relutância dos pacientes em procurar Prontos-Socorros e a sobrecarga de alguns locais de atendimento.
E como um paciente pode evitar sofrer uma morte súbita?
Primeiramente, é necessária a prevenção. Como sabemos, a maior causa de morte súbita são as doenças cardiovasculares, portanto ‚ é essencial proteger a saúde do coração para reduzir o risco. Atletas, em especial aqueles que competem em nível profissional ou semiprofissional, devem passar por avaliação cardiológica para avaliar se são portadores de doenças “silenciosas” que possam levar à Morte Súbita durante competições.
E uma forma de proteger a saúde do coração, é ideal atividades físicas regulares, alimentação saudável, manutenção do peso adequado, cessação do tabagismo e controle dos seus níveis de colesterol, pressão arterial e de glicose. Também é indicado o uso de medicações para controlar esses fatores de risco, quando indicado por um médico.
Quem já possui doenças cardíacas está sob maior risco, então essas pessoas devem ter cuidado redobrado com sua saúde para evitar a morte súbita. Em alguns pacientes com doença cardíaca grave e risco intensificado, pode ser necessário o implante de um Cardioversor-Desfibrilador Implantável (CDI), que é um aparelho parecido com um marca-passo e serve tratar arritmias graves que possam levar a morte. O CDI deve ser indicado pelo cardiologista e implantado por um especialista em arritmias ou cirurgião cardíaco.
Se houver parentes de primeiro grau que tiveram morte súbita especialmente na juventude, isso deve ser dito ao seu médico, pois algumas causas de morte súbita podem ser genéticas. Com o diagnóstico precoce há tratamentos que podem prolongar e melhorar a vida do paciente.
Há alguma forma de ajudar ou evitar pessoas próximas a nós “prestes” a sofrer uma morte súbita?
Se a pessoa sofrer uma queda, parar de responder ou apresentar qualquer suspeita de perda da consciência, a pessoa que estiver próxima a ela deverá chamar sua atenção e verificar se está consciente. Se não houver resposta, o próximo passo é verificar se está respirando bem. Caso a pessoa não esteja respondendo nem respirando normalmente, ela provavelmente sofreu uma PCR, nesse caso deve-se então imediatamente acionar o serviço de SAMU (192) e seguir as instruções de atendimento por telefone.
Chamar o SAMU é sempre o primeiro passo no atendimento quando há suspeita de PCR, porque o maior determinante de sobrevivência é a rapidez com a qual o desfibrilador chega no local. Ao fazer a ligação ao atendente do SAMU, ele vai passar instruções por telefone, podendo ser que ele(a) oriente a realização de compressões no peito da vítima para ajudar a manter algum grau de circulação aos órgãos vitais até‚ o coração voltar a bater.
Caso uma PCR aconteça em algum local de grande circulação (Aeroportos, Estádios, Estações de Metrôs, etc…), é possível que haja um Desfibrilador Automático Externo (DEA) ali mesmo e que a equipe local tenha treinamento para utilizá-lo, idealmente, todo local ou evento com grande circulação de pessoas deveria ter um DEA. Por isso é tão importante saber como proceder e ajudar a salvar uma vida em caso de PCR.